segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Meu Eu Penseroso

Penseroso

Tenho andado a passos curtos, taciturno
Passam-se os dias e as noites e eu incólume
Preso num ponto dum tedioso terror noturno
Vivendo com a languidez de um vaga-lume

Perguntam-me o que me fez tão soturno
Se é algum mal psicológico, não sei o nome
Talvez seja passageiro como um inverno
ou nunca acabe esta dor que me consome

Esta ânsia maldita, esta ausência insaciável
Este querer amar, esta amarga insanidade
Enfraquece-me como uma rachadura irreparável

Ruindo sob o peso de minha sobriedade
Nem mais consigo embriagar-me, é inevitável
Que eventualmente venha perder a sanidade

Lord Penseroso



Um bom texto pra um auto-retrato

Ode a uma Ilusão

















Quem dera-me ter um átimo sequer
De eloqüência e do talento primordial
grandeza imensurável de origem astral
Necessários para retratar esta mulher

Como um verso pode traduzir beleza tal
Que me ofusca os olhos e os põe a arder
Como posso por no papel tanto querer?
Chego a me questionar se ela é real

Deusa que em meus sonhos turvos habita
que há tanto tempo o meu leito visita
Acredito que provinda de outra dimensão

Não sei como este desejo insano que incita
Esta tão intensa e abstrata fascinação
Podem ser devotados a uma mera ilusão


Lord Penseroso




Escrevi esse soneto hoje mesmo.
Fico pensando como posso sonhar com a mesma imagem tantas vezes sem nunca ter visto semelhante criatura em canto algum.
De certa forma não há como retratar esta "ilusão" de forma satisfatória.
Estes versos foram o máximo que consegui, afinal é a unica coisa que sei fazer direito.